sábado, 19 de setembro de 2009

NÃO QUERO CRESCER MAIS!



O NOVO LIVRO DE SANDRA PINTO

O TESOURO DE SELMA LAGERLOF



Selma Lagerlof foi a primeira mulher, na história da literatura, a receber o prémio nobel da literatura.


O tesouro, uma das suas obras, é um romance fantasmagórico, um verdadeiro conto de fadas cheio de intriga e suspense, de paixões contrariadas e de uma justiça divina que se sobrepõe a tudo.

Elsalill , a par do vendedor de peixe, Torarin, que percorre o mar gelado de carroça, fascina o leitor desejoso de lhe adivinhar os passos, sempre surprendentes e inesperados. A riqueza desta personagem descreve o imaginário da sua autora.


segunda-feira, 8 de junho de 2009

SUSHI E RUBI


Jacob toma uma decisão


Sushi chegou à escola com olhos de choro.

— O que aconteceu? — Pergunta Jacob.

— O meu porquinho-da-índia morreu — responde Sushi — O meu Sebastião, que tinha uma pinta preta no nariz.

— Oh — diz Jacob — E, agora, estás triste.

Sushi acena com a cabeça.

— Não podes pedir aos teus pais que te comprem outro? — pergunta Max.

— Podia, mas não quero — diz Sushi — Agora para o fim, o Sebastião era infeliz. Já não queria comer nada, tinha as patas paralisadas. Fazia-me tanta pena!

Sushi chorava.

— O Sebastião era um porquinho-da-índia muito querido — diz Catarina.

— Mas já estava muito velho — comenta Rubi — Todos temos de morrer; tu não podias fazer nada. Vá, não chores assim.

Jesus — pensa Jacob — porque é que o Sebastião teve de ser tão infeliz?....

— Deixa-a chorar — diz ele a Rubi.

— Há coisas mais importantes por que chorar — resmunga Rubi.

Jacob olha para Rubi.

— Pois há — diz Rubi — Mas não se pode passar o tempo todo a chorar.

Jacob fica à espera, mas Rubi não quer falar mais. Só no caminho de regresso a casa começa a contar:

— Os meus pais, afinal, sempre querem divorciar-se.

— Oh! — Exclama Jacob.
— Eu fico com a mãe — conta Rubi — O pai vem buscar-me ao domingo, de quinze em quinze dias. A mãe volta a ir o dia inteiro para o escritório.

— Isso, realmente, não tem graça nenhuma — diz Jacob.

— Se eu pudesse aprender a aquecer a comida — continua Rubi — a avó não tinha de vir todos os dias a minha casa. Não gosto dela. Está sempre a dizer mal do pai.

— Podes vir comer a nossa casa — propõe Jacob — Pelo menos de vez em quando. Assim não tens de aturá-la todos os dias.

— Era… Fala lá com a tua mãe.

Jacob promete que vai falar.

— Nem imaginas a sorte que tens com os teus pais — diz Rubi de repente — Porque é que em nossa casa não pode ser assim? Compreendes isto?

— Não — responde Jacob.

À tarde, Jacob vai com a mãe visitar a bisavó.
— O médico esteve cá hoje — conta a mãe — teve de dar-lhe uma injecção contra as dores — e suspiram — É mau que a bisavó tenha de sofrer assim tanto.

A bisavó não suspira nem se queixa. Só tem a cara um pouco pálida. Olha para Jacob e pergunta:

— Então, há novidades na escola?

Jacob conta o que aconteceu ao porquinho-da-índia da Sushi e que os pais de Rubi vão divorciar-se.

— É uma pena — lamenta a bisavó — Pobre Sebastião. Pobre Sushi. Pobre Rubi. Há tanto sofrimento no mundo!

— E porquê? — Pergunta Jacob.

— É um segredo — responde a bisavó — Poucos têm a resposta para isso.

No regresso, Jacob caminha em silêncio ao lado da mãe.

Jesus — pensa ele — espera só até eu chegar à tua beira. Vou insistir tanto contigo, que hei-de receber uma resposta a todas as minhas perguntas.


Lene Mayer-Skumanz

Jakob und Katharina

Wien, Herder Verlag, 1986

sexta-feira, 29 de maio de 2009

A RAPARIGA E O SONHO

Johannes Vermeer , Rapariga com Brinco de Pérola

Era uma rapariga. E sonhava.
Uma rapariguinha muito ligada às flores, às folhas e tão presa à terra, como se dela tivesse nascido, como uma árvore.Também se sentia muito prisioneira do sol, da lua e das estrelas, que imaginava tão tristes por estarem longe e sozinhas, que se dobravam nas águas do laguinho do jardim, onde as via reflectidas.
De íntimo fantasista e liberto, era do sol, da lua e das estrelas donde imaginava que tinham “chovido” uns seres invisíveis com quem brincava.
E as brincadeiras sucediam-se. Libertavam-na do seu peso e sustentavam-na no ar, quer com vara mágica, quer com um simples dedo.
E às vezes, faziam ainda descer sobre ela, ignoradas, poeiras e orvalhos astrais.E tudo aquilo era maravilhoso, pois adorava subir pelas paredes do ar ou dançar no vento. E, como aqueles serzinhos não eram identificados pelos que a rodeavam, contava-lhes segredos só dela sabidos, fazendo florescer a amizade e entrelaçando os corações num abraço.Tratava-os como uma mãezinha a uns filhos muito amados e contava-lhes histórias inventadas por ela ou deixava um a tomar conta de uma casinha, a fingir, sem telhado.
Outras vezes jogava às escondidas com eles, no jardim, ou vigiava-os, enquanto nadavam no laguinho-oceano, sempre à vista de terra e com a margem longa de ramos, benfazejos, para poderem agarrar-se e não se afogarem.
Também os deixava tomar conta dos seus castelos de puzzles. Mas o que mais gostava era de provar-lhes t-shirts variadas ou tentar tirar-lhes medidas para trajes mágicos. Sim, porque os vestidos dela também eram como os das princesas de “Era uma vez...”, não apenas da cor do tempo, mas acesos por fogos cósmicos, cheios de corações a deitar raízes, de números fugidos da tabuada, espirais galácticas, malmequeres, margaridinhas entre caminhos concha de caracol, flores-aranhas, morangos verde-roxo, cravos alilasados, bocas-beijos, que sei eu.
Também amava brincar com coisas vivas e gostava muito de animais, encantados e encantadores.
Assim era tu cá tu lá com o bichano que, pasmado, a via ser capaz de fazer o pino não sobre a cabeça, mas nas perninhas curtas das tranças.
Às vezes, de repente e sem porquê, ficava triste e silenciosa. Então, o gato e as criaturinhas invisíveis conversavam entre si. O gato, amador de mimos e de festas sobre o pêlo, sentia-se muito abandonado, e, insistente, interrogava um dos serzinhos imaginados, que, cheio de paciência e enigmaticamente, lhe explicava que ela estava a crescer por dentro e sozinha.
Outras vezes, demorava muito tempo a arranjar-se, assistida pela sua aia, uma medusa-lunar que lhe tomava conta de uma joaninha do quintal, jóia-viva, com que fazia gosto de enfeitar-se, depois de vestida atrás da cortina de flores, trepadeiras-trevo.Estava a tornar-se tão íntima de si e tão madura que crescia pelo sonho. Era isso. Mesmo no seu vestidinho andadeiro e de todos os dias, às pintas, como o de qualquer adolescente, e as suas trancinhas, via-se que tinha sofrido uma transformação.Estava prestes a ser a Bela e a entrar no Jardim do Amor, para procurar, através do labirinto, um coração onde o seu pudesse reflectir-se e reconhecer-se.

Luísa Dacosta, Julho de 2001
Luísa Dacosta - A Rapariga e o Sonho
Porto,
Edições Asa, 2006

quarta-feira, 29 de abril de 2009

SANDRA PINTO, A AUTORA ELEITA DAS ADOLESCENTES



A autora visitou a nossa escola no dia 23 de Abril, dia internacional do livro.


Num dos seus livros, escreve:

"Hoje foi o dia mais triste do ano e tinha tudo para ser um dos mais alegres. Era a festa mais importante da aldeia em Moinhos e nós estávamos contentes, porque íamos almoçar a casa do meu avô e havia festa de tarde"

in Apaixono-me sempre pelo rapaz errado



As adolescentes lêem mais depressa os textos que as ajudem a compreender-se nesta fase complexa das suas vidas. Sandra Pinto diz e bem que se não formos adolescentes, poderemos recordar a adolescência, agora, com nostalgia.

sábado, 25 de abril de 2009

A CAMINHO DO DIA 23 DE ABRIL, DIA MUNDIAL DO LIVRO

O GRUPO DE PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA DE 2º CICLO CONTINUA A DEMONSTRAR GRANDE EMPENHO NA CAUSA DO LIVRO E DA LEITURA.


SÃO TANTAS AS HISTÓRIAS QUE O AUTOR CRIOU QUE ANDAM POR AÍ À SOLTA NAS MÃOS DOS MELHORES LEITORES.

ESTAS CRIANÇAS, POR AMAREM O TEATRO, REPRESENTARAM, DE FORMA ADAPTADA, ALGUMAS DAS SUAS HISTÓRIAS, TAIS COMO: "O BURRO MALFADADO", " A ESCADA DE CARACOL" E "VEM AÍ O ZÉ DAS MOSCAS"...
AUTOR E OBRA... UMA FESTA!
A NOSSA ALEGRIA FOI GRANDE, POIS ANTÓNIO TORRADO HAVIA-NOS CONQUISTADO MUITO ANTES COM A SUA OBRA. NO DIA 20 DE ABRIL, A SUA PRESENÇA COMPLETOU O QUADRO.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

ANTÓNIO TORRADO

A 20 de Abril, à tarde


Na Escola E.B. 2,3 de Amares



António José Freire Torrado é o nome completo do poeta que nasceu em Lisboa em 1939. Licenciou-se em Filosofia pela Universidade de Coimbra. Dedicou-se à escrita desde muito novo, tendo começado a publicar aos 18 anos. A sua actividade profissional foi e é diversa: escritor, pedagogo, jornalista, editor, produtor e argumentista para televisão. Tem trabalhado em parceria com Maria Alberta Menéres em diversos livros e programas de televisão.
Actualmente, é Coordenador do Curso Anual de Expressão Poética e Narrativa no Centro de Arte Infantil da Fundação Calouste Gulbenkian. É o professor responsável pela disciplina de Escrita Dramatúrgica na Escola Superior de Teatro e Cinema. É dramaturgo residente na Companhia de Teatro Comuna em Lisboa.
Sendo consensualmente considerado um dos autores mais importantes na literatura infantil portuguesa, possui uma obra bastante extensa e diversificada, que integra textos de raiz popular e tradicional, mas também poesia e sobretudo contos. Reconhece a importância fundamental da literatura infantil enquanto veículo de mensagens, elegendo como valores a promover a liberdade de expressão e o respeito pela diferença.
António Torrado utiliza com frequência o humor em algumas das suas histórias. Por outro lado, em alguns textos de carácter alegórico ou de ambiente oriental, é o registo poético que predomina. De resto, os valores poéticos assumem para o autor uma posição central em qualquer projecto educativo.
Recentemente, começou também a trabalhar novelas e romances para a infância e juventude, mas a vertente mais marcada da sua actividade nos últimos tempos é, sem dúvida, o teatro.



Grande Notícia


Caiu da árvore, no princípio do Outono, uma folha de plátano. Isto não é notícia. Se um jornal publicasse a toda a largura da primeira página ou até numa das páginas interiores, na coluna reservada a desastres e acidentes, esta notícia, assim intitulada:FOLHA DE PLÁTANO CAIU DA ÁRVORE os leitores achariam que era uma maluquice de jornalista e, no dia seguinte, compravam outro jornal diferente. Mesmo que a notícia fosse assim: FOLHA DE PLÁTANO CAI DESPREVENIDAMENTE SOBRE UMA LAGARTIXA, QUE SE ASSUSTOU MUITO mesmo esta notícia, apesar do susto da lagartixa, não tinha sentido num jornal. E se ela se assustou! Estava descansadamente a apanhar sol e cai-lhe uma folha em cima. Claro que fugiu atarantada, tão atarantada que passou pelas patas do gato Maltês, que acordou sobressaltado e logo correu atrás dela. O cão Pimpão, que ia a passar, viu o gato a correr e foi atrás dele. Atrás do gato, o cão Pimpão atravessou a rua, no momento em que a carroça do senhor Cosme, puxada pela égua Linda, ia a passar. Espantou-se a égua, que levantou a toda a altura as patas dianteiras, a carroça desequilibrou-se, o senhor Cosme caiu, mas não se feriu, embora tivesse arrastado ao cair dois cestos com peras que trazia na carroça. As peras rolaram na estrada, e uma camioneta carregada com toros de madeira, que ia atrás da carroça, teve de travar de repente. Como os troncos estavam mal presos (o que é sempre um perigo!), como os troncos estavam mal presos, desabaram, com a sacudidela da camioneta, e caíram em grande confusão sobre a estrada, precisamente na altura em que uma camioneta de carreira ia a passar, em sentido contrário. Para não chocar com os toros, a camioneta, aliás o motorista da camioneta, guinou para a direita e foi embater num poste de electricidade, que caiu por pouca sorte em cima da linha do caminho-de-ferro, mesmo paralela à estrada, onde tudo isto se passou.Felizmente que a senhora Marília, da passagem de nível próxima, estava atenta e accionou logo o sinal de perigo, para que o comboio correio interrompesse a sua marcha... senão, senão tinha havido um grande desastre. Mesmo assim veio notícia no jornal TRÂNSITO FERROVIÁRIO INTERROMPIDO. Só que não disseram os jornais que tudo isto tinha acontecido por causa de uma folha caída de uma árvore e por culpa de uma lagartixa assustadiça... Só nós é que sabemos.

Grande Notícia, de António Torrado in "Conto contigo" Editora Civilização
OBRAS PUBLICADAS


Obras para a infância:


A Chave do Castelo Azul (Lisboa: Plátano, 1969; 2ªed., 1981); A Nuvem e o Caracol (Lisboa: Edições Afrodite, 1971; 4ª ed., Porto: Asa, 1990);O Veado Florido (Lisboa: Ed. O Século, 1972; 5ª ed., Porto: Civilização, 1994);Pinguim em Fundo Branco (Lisboa: Ed. Afrodite, 1973; 2ª ed., Plátano Ed., 1979);O Rato que Rói (Lisboa: Plátano, 1974);O Jardim Zoológico em Casa (Lisboa: Plátano, 1975; 3ª ed., 1980);O Manequim e o Rouxinol (Porto: Asa, 1975; 3ª ed., 1987);Cadeira que Sabe Música (Lisboa: Plátano, 1976);Hoje Há Palhaços (com Maria Alberta Menéres; Lisboa: Plátano, 1977, 2ª ed., 1978);Joaninha à Janela (Lisboa: Livros Horizonte, 1977; 2ª ed., 1980);Há Coisas Assim (Lisboa: Plátano, 1977);O Trono do Rei Escamiro (Lisboa: Plátano, 1977);A Escada de Caracol (Lisboa: Plátano, 1978; 2ª ed.,1984);História Com Grilo Dentro (Porto: Afrontamento, 1979; 2ª ed., 1984);Como se Faz Cor-de-Laranja (Porto: Asa, 1979; 5ª ed., 1993);Vasos de Pé Folgado (Lisboa: Caminho, 1979);O Tambor-Mor (Lisboa: Livros Horizonte, 1980);O Tabuleiro das Surpresas (Lisboa: Plátano, 1981);Os Obscuros, Lisboa: Sociedade Portuguesa de Autores, 1981.O Pajem Não se Cala (Porto: Civilização, 1981; 2ª ed.,1992);O Mercador de Coisa Nenhuma (Porto: Civilização, 1983;2ª ed., 1994);O Livro das Sete Cores (com Maria Alberta Menéres; Lisboa: Momos, 1983);Caidé (Porto: Afrontamento, 1983);Os Meus Amigos (Porto: Asa, 1983;3ª ed.,1990);História em Ponto de Contar (com Maria Alberta Menéres);Lisboa: Comunicação, 1984; 2ª ed., 1989);O Adorável Homem das Neves (Lisboa: Caminho, 1984; 3ª ed.,1995);O Elefante Não Entra na Jogada (Porto: Asa, 1985; 3ª ed., 1990);O Vizinho de Cima (Lisboa: Livros Horizonte, 1985);A Janela do Meu Relógio (Lisboa: Livros Horizonte, 1985);O Rei Menino, Lisboa: Livros Horizonte, 1986);Dez Dedos de Conversa (Lisboa: O Jornal, 1987);Como se Vence um Gigante (Lisboa: Livros Horizonte, 1987);Devagar ou a Correr (Lisboa: Livros Horizonte, 1987);Zaca-Zaca (teatro; Lisboa: Rolim, 1987);Uma História em Quadradinhos (com Maria Alberta Menéres; Porto: Asa, 1989; 2ª ed., 1992);Dez Contos de Reis (Lisboa: O Jornal, 1990);Da Rua do Contador para a Rua do Ouvidor (Porto: Desabrochar, 1990);André Topa-Tudo no País dos Gigantes (Porto: Civilização, 1990; 2ª ed., 1999).Toca e Foge ou a flauta sem Mágica (Lisboa: Caminho, 1992);Vamos Contar um Segredo (Porto: Civilização, 1993);Conto Contigo (Porto: Civilização, 1994 (Lisboa: Plátano, 1976);Teatro às Três Pancadas (teatro; Porto: Civilização, 1995);A Donzela Guerreira (teatro); (Porto: Civilização, 1996);As Estrelas - quando os Reis Magos eram príncipes (Porto: Civilização, 1996).

Poesia
Não se Chama Chama, Coimbra: Editora Vértice, 1984.Prosaicas, Porto: Afrontamento, 1985.Do Sabugo à Unha, Lisboa: & etc., 1993.
Ficção
De Vitor ao Xadrez, Lisboa: Livros Horizonte.O Almanaque Lacónico, Lisboa: O Jornal, 1991.Cinco Sentidos e Outros (contos), Lisboa: Civilização/Contexto, 1997.

Ensaio
Da Escola sem Sentido à Escola dos Sentidos, Porto: Afrontamento, 1988; 2ª ed., Civilização, 1994.Crescendo e Aparecendo (com Maria Alberta Menéres), Lisboa: Instituto de Apoio à Criança, 1988 .O Bosque Mínimo, Lisboa: Instituto de Apoio à Criança, 1990.

Teatro
Teatro do Silêncio, Lisboa: Sociedade Portuguesa de Autores, 1988.Conte Comigo, Lisboa: SPA/Dom Quixote, 1996.
Doze de Inglaterra seguido de O Guarda-Vento


PRÉMIOS ATRIBUÍDOS E HOMENAGENS


1988- Grande Prémio de Literatura Infantil Calouste Gulbenkian.